Patologias

Coxartrose / Artrose da Anca

A artrose da anca é uma degeneração com desgaste da articulação da anca, com perda de cartilagem e deformação progressiva da articulação, podendo causar dor, rigidez e limitação de movimento, sofrimento este crescente e com perda progressiva de qualidade de vida. É mais comum em pessoas mais idosas, mas pode ocorrer em qualquer idade.

Algumas causas incluem traumas repetitivos, sobrecarga excessiva na articulação, condições hereditárias e outras doenças que afetam a articulação da anca (conflito femoroacetabular; doença displasia da anca, necrose avascular da cabeça do fémur, reumatismo, etc.), Pode também ser secundaria a fraturas da anca.

O tratamento inicia-se com medidas conservadoras, pode incluir mudanças no estilo de vida, como perda de peso e exercícios de fortalecimento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia.

Em casos graves, e quando os tratamentos conservadores não são suficientes, a cirurgia pode estar indicada, sendo o tratamento habitual a realização de uma artroplastia total da anca (prótese da anca). Hoje, este é um dos procedimentos ortopédicos com maior sucesso e ganho de qualidade de vida dos nossos pacientes.
Com muita frequência são atingidas as duas ancas, muitas vezes em simultâneo. Nestes casos, quando a indicação cirúrgica é colocada, a cirurgia pode ser realizada num só tempo (artroplastia da anca, bilateral em simultâneo) ou em dois tempos diferentes (duas cirurgias e dois processos de reabilitação).
É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. O momento para a cirurgia é determinado pelo paciente.

Coxartrose / Artrose da Anca em indivíduos jovens

Consideramos artrose da anca em pessoas jovens, quando esta ocorre até aos 55 anos de idade, sendo uma ocorrência relativamente rara. Nestes pacientes é frequentemente secundária a outras patologias, como doenças inflamatórias ou outros problemas de saúde que afetam a articulação, conflito femoro-acetabular, doença displásica da anca e necrose avascular da cabeça do fémur.
O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como evitar atividades que pioram os sintomas, usar calçados adequados, fazer exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia.

Quando as medidas conservadoras não controlam os sintomas e a qualidade de vida está deteriorada pode ser necessária a cirurgia.

Em alguns casos, quando diagnosticados atempadamente, as cirurgias preservadoras, artroscopia da anca ou osteotomias, podem ter indicação no tratamento, com resolução do problema ou controlo de sintomas e retardamento do processo de desgaste articular.

Quando a artrose é acentuada, os sintomas relevantes e a qualidade de vida está comprometida, pode haver indicação para artroplastia total da anca (prótese da anca). O tratamento deve ser adequado ao paciente tendo em conta a longa esperança de vida e a alta demanda que a maioria destes pacientes pretendem, em termos laborais, lazer e desporto.

Nunca é cedo e nunca é tarde para uma prótese da anca. O momento deve ser definido pelo paciente, tendo em conta os sintomas, as limitações e as implicações na sua qualidade de vida.

É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu medico e as soluções possíveis.

Conflito Femoro-Acetabular (CFA)

O conflito femoro-acetabular (CFA) é uma condição que ocorre quando a transição da cabeça para o colo femoral, choca com o rebordo do acetabulo. Isso pode levar a lesão no labrum e cartilagem acetabular e consequente desgaste excessivo da articulação da anca, resultando em dor, perda de mobilidade e limitação nas várias atividades de vida social, laboral e desportivas.
Alguns sintomas incluem dor na virilha ou na região da anca, dificuldade em andar ou realizar atividades cotidianas, ressalto, bloqueio ou ruído ao movimentar a articulação da anca e perda de mobilidade. Frequentemente ha limitação em atividades de maior demanda.

O diagnostico baseia-se numa boa e completa avaliação clínica e nos exames auxiliares de diagnóstico, devendo estes serem realizado de forma adequada e dirigida (damos relevância ao Rx em incidências próprias e adequadas e RM dirigida, 3 Tesla e com cortes radiais). O tratamento do conflito femoro-acetabular, visa diminuir ou tratar os sintomas e controlar ou minimizar o desgaste da articulação da anca. O tratamento conservador pode incluir medidas como mudanças no estilo de vida, evitar atividades que pioram os sintomas, usar calçados adequados, fazer exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia.
Em casos mais graves, ou em que as medidas conservadoras não são suficientes, o tratamento cirúrgico pode ser necessário para corrigir a deformidade femoral e/ou acetabular, tratar as lesões de labrum e cartilagem, podendo ser realizado por cirurgia aberta (luxação segura da anca; abordagem anterior mini-open, osteotomia periacetabular) ou por artroscopia da anca.
Mais de 95% dos conflitos femoroacetabulares podem ser tratados cirurgicamente por artroscopia da anca, com menor agressividade e invasão.
Em geral, o tratamento eficaz e precoce é importante para preservar a saúde da
articulação da anca, tratando ou diminuindo os sintomas e limitações e evitar ou
retardar o desgaste articular.

É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu médico e as soluções possíveis.

Doença Displásica da Anca

A displasia da anca no adulto resulta de uma disfunção congénita da articulação da anca, que pode ocorrer em vários graus. O acetabulo é reduzido ou ausente, com prejuízo da cobertura e contenção da cabeça femoral, podendo a anca estar no seu lugar embora com um “teto” pequeno, estar ligeiramente desviada e sub-luxada, ou mesmo luxada, fora do seu lugar natural.

É extremamente importante o rastreio e diagnostico nos recém-nascidos, sendo esta a altura ideal para o tratamento. A displasia da anca no adulto, não diagnosticada na infância, ou sequela do tratamento realizado, pode causar dor, limitação de mobilidade, claudicação e limitação nas atividades diárias.
O tratamento, da displasia da anca no adulto, depende da gravidade da condição e dos sintomas. O tratamento conservador consiste em evitar atividades que pioram os sintomas, usar calçados adequados, fazer exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia. O tratamento cirúrgico pode ter lugar para reconstruir/reorientar o acetabulo ou substituir a articulação da anca por artroplastia total da anca (prótese da anca).

A cirurgia preservadora pode ter lugar em pessoas jovens e ainda com uma “boa”
articulação, corrigindo a defeito acetabular, sendo atualmente a cirurgia mais realizada a osteotomia periacetabular (PAO) com reorientação e melhoria da cobertura acetabular.

Em casos de luxação ou quando o desgaste articular já é importante o tratamento a realizar é a reconstrução e substituição da articulação, por artroplastia total da anca (prótese da anca). É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu medico e as soluções possíveis.

Rotura de Labrum Acetabular / Patologia do Labrum Acetabular

O labrum acetabular é uma estrutura fibrocartilaginea localizada na periferia do acetabulo. O labrum ajuda a aumentar a profundidade acetabular, a melhorar a contenção da cabeça femoral e a selagem da articulação, com melhoria da funcionalidade e estabilidade articular.

A patologia de labrum, degeneração, rotura, quistos, estão associados ao
envelhecimento da articulação e são frequentes nas ancas das pessoas mais idosas. A rotura do labrum acetabular pode surgir em indivíduos jovens, frequentemente atletas, relacionado com trauma agudo ou microtraumas associados às atividades físicas.

Frequentemente, estas lesões estão associadas a alterações na morfologia da anca (morfologias CAM, Pincer, displasia) que favorecem o aparecimento destas lesões, no contexto de conflito femoro-acetabular ou displasia da anca.
Estas lesões podem causar sintomas, que incluem dor na virilha ou na região da anca, dificuldade em andar ou realizar atividades cotidianas, ressalto e bloqueio ao movimentar a articulação da anca assim como perda de mobilidade.
O diagnostico baseia-se numa boa e completa avaliação clinica e nos exames auxiliares de diagnóstico, devendo ser realizado de forma adequada e dirigida (damos relevância ao Rx em incidências próprias e adequadas e RM dirigida, 3 Tesla e com cortes radiais).

O tratamento depende dos sintomas e das implicações nas atividades sociais, laborais, lazer e desporto. O tratamento visa diminuir ou tratar os sintomas e controlar ou minimizar o desgaste da articulação da anca. O tratamento conservador inclui medidas como mudanças no estilo de vida, evitar
atividades que pioram os sintomas, fazer exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia.
O tratamento cirúrgico, tem indicação em casos mais graves, ou em que as medidas conservadoras não são suficientes, para tratar o labrum. Habitualmente é realizada a sua reinserção, com a ajuda de ancoras colocadas no rebordo acetabular. Raramente é feita a remoção. Por vezes é realizado a sua reconstrução. Quando estão presentes anomalias na morfologia da cabeça femoral ou acetabulo, é necessário corrigir estas morfologias.
Mais de 90% destas situações podem ser tratados cirurgicamente por artroscopia da anca, com menor agressividade e invasão. Em geral, o tratamento eficaz e precoce é importante para preservar a saúde da
articulação da anca, tratando ou diminuindo os sintomas e limitações e retardando ou evitando o desgaste articular. É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o
seu medico e as soluções possíveis.

Patologia Sinovial / Tumores Benignos

A doença sinovial da anca é uma condição que afeta a membrana sinovial da articulação da anca:

– Na forma de inflamação, sinovite;

– Sinovite vilonodular

– Condromatose sinovial

A região da anca pode, naturalmente, ser local de vários tumores benignos, ósseos ou de partes moles. Estes tumores podem apresentar-se com sintomas próprios do tumor, habitualmente dor, ou pela interferência com a função articular, como bloqueios, ressaltos ou limitação de mobilidade). Os tumores benignos mais frequentes:

– osteocondroma;

– encondroma

– osteoma osteoide.

A artroscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que utiliza uma pequena câmera e instrumentos especiais para visualizar e tratar problemas dentro da articulação ou no espaço peri-articular.

A artroscopia pode ser usada para remover a sinovial inflamada e os tumores benignos, permitindo preservar a integridade da articulação. Isso é ainda mais útil quando a lesão está localizada em uma área de difícil acesso para a cirurgia aberta. A artroscopia minimiza o trauma ao tecido circundante, o que ajuda a promover uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Além disso, a técnica pode ser usada para realizar uma biópsia do tecido sinovial e do tumor para confirmar o diagnóstico.

É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu medico e as soluções possíveis.

Necrose Avascular da Cabeça do fémur

A necrose avascular da cabeça do fémur, também conhecida como osteonecrose, é uma condição em que ocorre a morte do tecido ósseo devido à falta de suprimento sanguíneo para uma região da cabeça femoral. Pode surgir em qualquer pessoa, em qualquer idade, sendo mais frequente entre os 30-50 anos de idade. A gravidade depende da extensão e localização da necrose.
A necrose avascular da cabeça do fémur é causada por fatores que interrompem o fluxo de sangue para a cabeça do fémur, fraturas do colo do fémur, luxação da anca, infeções, uso excessivo de álcool, uso de corticoides, desordens vasculares e certas patologias. Numa grande parte dos pacientes não é encontrada uma causa para a necrose avascular, sendo nestes casos considerada idiopática.

Há tendência para esta necrose evoluir com fratura do osso subcondral (“crescente”) e colapso progressivo da cabeça femoral. O tratamento da necrose avascular da cabeça do fémur depende dos sintomas, da
extensão e localização da necrose, da existência de colapso da cabeça, da condição e da idade do paciente.

O tratamento conservador, como repouso, exercício sem impacto, fisioterapia e medicamentos, pode ser suficiente em casos leves. No entanto, em casos graves, pode ser necessária a cirurgia.

– A cirurgia preservadora pode ter lugar nos casos em que esta mantida a esfericidade da cabeça femoral e a congruência articular. Pode haver lugar a artroscopia da anca, curetagem e preenchimento da região necrótica com enxerto (trapdoor) furagens da cabeça femoral com ou sem enxerto (Core decompression), sendo esta ultima técnica a mais frequentemente usada.
Estes tratamentos podem ajudar a aliviar a dor e melhorar a função da articulação, a evitar o colapso da cabeça femoral, mas a recuperação pode levar de algumas semanas a alguns meses, dependendo da extensão da cirurgia e da condição do paciente e há sempre alguma imprevisibilidade no resultado.
—A artroplastia total da anca (prótese da anca) é o único tratamento capaz de resolver o sofrimento do paciente, quando há fratura subcondral ou colapso da cabeça femoral. É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu medico e as soluções possíveis.