Porque realizamos a prótese da anca bilateral?

A artrose da anca frequentemente envolve as duas articulações causando dor intensa e mobilidade reduzida.
Quando isso interfere significativamente na sua capacidade de realizar as atividades quotidianas e o tratamento não cirúrgico já não for eficaz, o seu médico poderá recomendar uma prótese da anca bilateral.
Classicamente, a estes pacientes, era proposto o tratamento cirúrgico para as duas ancas em tempos diferentes, espaçados de um período mínimo de 4 a 6 meses. 

As novas atitudes menos invasivas, os novos programas de reabilitação, as novas abordagens, como a Abordagem Anterior Direta (AAD), permitem tratar estes pacientes com um risco cirúrgico semelhante ao do procedimento unilateral, na grande maioria dos pacientes sem necessidade de transfusão sanguínea, com protocolos de reabilitação sobreponíveis aos do procedimento unilateral.
O protocolo de reabilitação é semelhante ao do paciente operado a apenas 1 anca. Levante com higiene, treinos de marcha e escadas a iniciar no 1º dia pós-operatório. Sem necessidade de ajudas externas como almofadas de abdução ou elevadores de sanita. O paciente caminha com carga total e ajuda de canadianas, que vai usar habitualmente por 3 a 5 semanas, conseguindo habitualmente retomar a marcha e condução neste período.

Como referido na literatura, não encontramos diferenças em termos de complicações major ou minor per e pós-operatórias. O processo decorre como o usual na Artroplastia Total da Anca Unilateral por Abordagem Anterior Direta.

Cruz de Melo, J, Carlos Branco, C.; Ana Façanha; Ana T. Rocha; Cláudia Rodrigues; Manuel Padin; Fernando Leal 2022 Prótese total da anca bilateral em simultâneo por abordagem anterior direta. Desfazendo mitos. Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia Volume 29, Fascículo III, p206 a p217

Realizamos o nosso primeiro caso no início de 2019. Desde essa altura, encorajados pelos resultados, procurados por pacientes que partilharam esta experiência, fomos aumentando o número de casos (mais de 150 pacientes no final de 2023).

O posicionamento do paciente em decúbito dorsal permite a colocação de campos estéreis e realização do procedimento cirúrgico sem qualquer mudança ou ajustes entre as 2 cirurgias.
Paciente é sujeito a apenas uma anestesia, um internamento e um processo de reabilitação.
O objectivo deste tratamento cirúrgico bilateral simultâneo é conseguir o máximo de eficiência no tratamento da coxartrose bilateral, com riscos anestésico-cirúrgicos mínimos.
Os cirurgiões da Unidade da Anca discutirão consigo as vantagens relativas e a segurança da prótese da anca bilateral simultânea.

A razão mais comum para uma da prótese da anca bilateral é uma artrose que causa dor e rigidez em ambas as ancas, interfere nas atividades da vida diária e reduz significativamente a qualidade de vida.

A rigidez pode ser muito significativa, tornando as tarefas simples como calçar sapatos e meias, muito difíceis. A dor geralmente piora com atividades de sustentação de peso, como ficar em pé e caminhar.

Para estes pacientes, com coxartrose bilateral incapacitante, este tratamento, Prótese Total da Anca Bilateral por Abordagem Anterior Direta, bilateral em simultâneo, é uma opção a privilegiar e a discutir com o paciente, não apresentado inconvenientes e riscos cirúrgicos acrescidos em pacientes selecionados e indicados, levando à resolução do problema, num só tempo, de uma forma mais simples e rápida, com custos diminuídos e ganhos pessoais e sócio-económicos.

A Artroplastia Total da Anca por Abordagem Anterior Direta, bilateral em simultâneo, permite uma recuperação fácil e segura, com marcados benefícios pessoais, económicos e sociais. O procedimento cirúrgico tem menos custos: uma anestesia, um internamento, uma ocupação de bloco, um gasto de fármacos, um processo de reabilitação. Naturalmente são realizados dois procedimentos cirúrgicos e usados
dois implantes. O tempo de incapacidade laboral e de limitação pessoal, familiar e social é reduzido, pelas particularidades da técnica cirúrgica e porque o processo ocorre numa só vez.

  • Uma cirurgia
  • Uma anestesia
  • Um internamento
  • Um processo de reabilitação

O protocolo de reabilitação é semelhante ao do paciente operado a apenas 1 anca. Levante com higiene, treinos de marcha e escadas a iniciar no 1º dia pós-operatório. Sem necessidade de ajudas externas como almofadas de abdução ou alteadores de sanita. O paciente caminha com carga total e ajuda de canadianas, que vai usar habitualmente por 3 a 5 semanas, conseguindo habitualmente retomar a marcha e condução neste período.