Conflito Femoroacetabular
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Conflito Femoroacetabular (CFA)
O conflito femoro-acetabular (CFA) é uma condição que ocorre quando a transição da cabeça para o colo femoral, choca com o rebordo do acetabulo. Nestes casos existe um conflito de espaço entre o colo femoral e o rebordo acetabular. Isso pode levar a lesão no labrum e na cartilagem acetabular e consequente desgaste excessivo da articulação da anca, resultando em dor, perda progressiva de mobilidade e limitação nas várias atividades de vida social, laboral e desportivas. O continuo impacto sobre o labrum provoca degeneração e rotura do mesmo assim como da cartilagem articular. Este dano, quando se mantem no tempo, vai a alterar a dinâmica do funcionamento da anca, a sua lubrificação e a sua biomecânica.
Alguns sintomas incluem dor na virilha ou na região da anca, dificuldade em andar ou realizar atividades cotidianas, ressalto, bloqueio ou ruído ao movimentar a articulação da anca e perda de mobilidade. Frequentemente ha limitação em atividades de maior demanda e impacto. A dor agrava com a atividade física, impedindo muitas vezes a continuação da prática desportiva ou mesmo laboral. A dor agrava muitas vezes na posição de sentado, ao levantar e em certas posições.
Esta patologia da anca pode atingir 15% da população e pode ser a causa de até 70% das situações de coxartrose idiopática que implicam uma cirurgia (prótese da anca) antes dos 50 anos de idade.
O diagnostico baseia-se numa boa e completa avaliação clínica e nos exames auxiliares de diagnóstico, devendo estes serem realizados de forma adequada e dirigida (damos relevância ao Rx em incidências próprias e adequadas e RM dirigida, 3 Tesla e com cortes radiais).
O tratamento do conflito femoro-acetabular, visa diminuir ou tratar os sintomas e controlar ou minimizar o desgaste da articulação da anca. O tratamento conservador pode incluir medidas como mudanças no estilo de vida, evitar atividades que pioram os sintomas, usar calçados adequados, fazer exercícios de fortalecimento e alongamento muscular, alívio da dor com medicamentos, infiltrações e fisioterapia.
Em casos mais graves, ou em que as medidas conservadoras não são suficientes, o tratamento cirúrgico pode ser necessário para corrigir a deformidade femoral e/ou acetabular, tratar as lesões de labrum e cartilagem, podendo ser realizado por cirurgia aberta (luxação segura da anca; abordagem anterior mini-open, osteotomia periacetabular) ou por artroscopia da anca.
Atualmente tratamos cirurgicamente os conflitos femoroacetabulares por artroscopia da anca, com menor agressividade e invasão.
Em geral, o tratamento eficaz e precoce é importante para preservar a saúde da
articulação da anca, tratando ou diminuindo os sintomas e limitações e evitar ou
retardar o desgaste articular.
É importante discutir com o seu médico a condição clínica e determinar o melhor plano de tratamento para o seu caso. Qualquer decisão é um compromisso do paciente com o seu médico e as soluções possíveis.